Bernard John Pascal Pâris, ou simplesmente Bernard, como gostava de ser chamado, nasceu em Paris, em 1º de fevereiro de 1928 e tornou-se um dos quatro cofundadores do Movimento Latino-Americano Gente que Avanza, antigo ¡Viva la Gente! latinoamericano.
Foi considerado o “pilar de ação” do Movimento Gente que Avanza, por sua tendência natural de sair ao encontro das pessoas de todos os níveis da sociedade para “OFERECER” - como sempre enfatizou - a possibilidade de trabalharmos juntos para construir um mundo melhor, organizações melhores, a partir da mudança de perspectiva e atitude das pessoas, homens e mulheres, que o compõem.
Bernard tinha um carisma nato, que gerava proximidade com todas as pessoas, quebrando o gelo e qualquer esquema esperado, o que lhe abriu portas para conquistar a confiança de pessoas de diferentes idades e origens. Outro elemento que o caracterizou foi a sua maneira de dizer as coisas, as boas e as não tão boas... Ele era honesto, sem filtro, direto ao ponto!
Seu amor pelas pessoas e pelos lugares o levou a vários continentes. Trabalhou na África e por volta de 1955 decidiu visitar o Brasil, chegando ao Rio de Janeiro, onde desfrutou de suas belas praias, do calor do povo e de 'outras coisas', pois ainda não havia mudado.
Foi ainda no Brasil e graças aos contatos de sua irmã mais velha Elsa Vogel, que fazia parte da equipe de full-times que o Rearmamento Moral -RAM-, hoje Iniciativas de Mudança, tinha naquele país, que Bernard conheceu, em primeira mão, a missão do Rearmamento Moral.
Naqueles anos, o impacto do trabalho do RAM no Brasil, Uruguai e na Argentina ficou evidente ao ajudar pessoas comuns, algumas em posições privilegiadas de liderança, a tomar decisões para a mudança com base nos quatro princípios absolutos do Rearmamento Moral: amor absoluto, pureza absoluta, altruísmo absoluto e honestidade absoluta.
Bernard conhecia esse impacto e, como ele contou inúmeras vezes, foi graças a uma conversa curta, mas poderosa, com o Dr. Raul Migone, então Ministro do Trabalho e Previdência Social da Argentina, que Bernard acompanhou uma pequena delegação do RAM a Buenos Aires. /Argentina. O Dr. Migone lhe disse: «Fiz em Paris o que você veio fazer em Copacabana... não perca tempo». A clareza e contundência da mensagem de Migone, fez com que Bernard se trancasse naquela mesma noite para fazer uma 'revisão de vida' diante dos quatro valores absolutos; encontrando áreas de sua vida que ele precisava consertar. Esse foi o gatilho que o levou a se comprometer com a missão do RAM e a dedicar sua vida à formação de pessoas para um mundo melhor.
Então, ele se juntou a Omar Ibargoyen Paiva -Uruguai-, Jeanette Alonso de Ibargoyen -EUA- e Jeanne Azam -França-, com quem iniciaram uma experiência de formação que transformou a vida de milhares de jovens latino-americanos no que se chamou o Elenco Latinoamericano Gente que Avanza, antigo Viva la Gente latinoamericano, que nasceu em 2 de janeiro de 1970, em Montevidéu/Uruguai, como inspiração do trabalho do Rearmamento Moral na América Latina.
A personalidade de Bernard era muito intensa e ele soube colocá-la a serviço da missão do RAM nas peças e discursos que tiveram que ser traduzidos do inglês para o espanhol, em sua turnê por vários países da América Latina.
Alguns de seus colegas de turnê daqueles anos, entre eles Niketu Iralu de Nagaland, Índia, diz: «Quando Peter Howard precisava ser traduzido para o espanhol, ele pedia a Bernard para ser o tradutor, porque “ele acrescenta emoção ao que está traduzindo”».
Sem dúvida, nós que tivemos o privilégio de conhecer, compartilhar e conviver com Bernard, tivemos um grande presente de Deus/da vida. A sua forma de intervir, sem pedir licença, mas com amor, fez-nos abrir as portas da nossa intimidade, explorar e curar aquelas áreas que estavam escondidas, no silêncio, no medo. Bernard abriu as portas do mundo inteiro para aqueles de nós que mal olhavam para o vizinho mais próximo. Ele sempre dizia: “quando você visitar outro lugar, faça-o sempre na base da apreciação e não da comparação”.
Bernard faleceu na cidade de Montevidéu em 22 de julho de 2014. Não tinha esposa nem filhos.
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